Tichy sua linda!


Vou contar uma história.

A Natalie, minha filha quando era mais novinha ficava eufórica e achava lindo, "fofo" qualquer cachorro que ela avistasse na rua; magro, velho, capenga, perneta, acabado ou não , todos para ela eram lindos e fofos...
Dar um cachorro para uma criança muito nova pode criar algum problema. A criança pode ter um trauma, uma grande  tristeza se alguma coisa mais trágica acontecer com este Pet.
Não fizemos, nenhum esforço contra a adoção de um pequeno pet, mas sim  as circunstâncias fizeram o tempo passar e quando ela tinha aproximadamente 12 anos compramos um Daschshund que ela já namorava em uma PetShop.
A Tati foi uma grande companheira e deu muitos momentos alegres para aquela menina aciosa para curtir seu pet fofo.
Infelizmente um acidente levou a morte de nossa pequena Tati.
Este fato deixou a todos de casa muito abalados...
Vou procurar uma foto dela.



Passado alguns anos a Natalie viu uma cachorrinha em outro Pet Shop...
Ela nos ligou, novamente muito eufórica dizendo que a bichinha se parecia muito com a Tati.
Lembro que falei que ela poderia trazer esta cachorrinha, que era doação, porém que lembrasse do fato que esta cachorrinha ficaria velha e talvez com alguma doença precisando de cuidados justamente em uma época que ela estaria namorando, querendo viajar, na faculdade cheira de trabalhos...
Não sabia que o namorado dela havia sonhado com uma cachorrinha naquela noite!
La veio o pequeno ser de ônibus em uma mochila.




 

























Foi batizada de Tichy. Não me pergunte por que.
Em pouco tempo ela amoleceu todos os corações da casa, ganhou muitos apelidos. O primeiro foi estopinha.

Estava eu mexendo no motor de meu carro com uma estopa na mão que caiu no chão. quando fui pega-la ela estava andando! Era a Tichy  que apareceu com seu pelo de todas as cores: cinza, marrom, branco, preto, prata, claro e escuro parecendo um maço de estopa suja de óleo.

Ela é mestiça Daschshund e ganhou outros apelidos; pouca sombra, tesouro, lindeza,...

Por que estou contando esta história com detalhes? Por um simples motivo. Para registrar fatos que depois ficam esquecidos. Para ajudar outras pessoas. Para recordar depois de alguns anos e isto é bom.
Vários fatos e acontecimentos de muitos cachorros que tive durante estes vários anos ficam esquecidos e depois de anos se perdem muitas vezes nem fotos ficam.
Estou falando de pets, não vou nem falar de pessoas que não temos as histórias e gravações registradas.



A Tichy cresceu.
Muito esperta, sempre correndo pelo quintal. Muito inteligente e rápida para aprender. A Natalie treinou e ensinou vários truques. Algumas coisas são muito surpreendentes.

Ela nunca fez suas necessidades dentro de casa; pede para sair, choraminga, olha para a porta late. Falamos " quer ir lá fora?" e aparentemente ela identifica alguma coisa e corre para a tal porta e espera.

Tichy de repente inventou uma maneira de pedir gulodices no café da manhã. Encostou o queixo na perna da Eunice, olhando fixamente e balançando a cauda esperou até ganhar um pedaço de tapioca. comeu e tentou comigo. Ao também ganhar um pedacinho Eureca! estava descoberta a fórmula!
Ela é muito esperta.

A maioria dos filmes tem uma parte alegre e uma parte triste para depois tudo acaber bem...

A história da Tichy também tem uma parte triste.
Ela, depois de alguns anos apresentou convulsões. Tomou remédios e melhorou. O médico então recomendou que parássemos para retomar se ela voltasse a ter os sintomas.
Foi mordida por uma cachorro do vizinho, se recuperou e tudo estava normal.
Ela apresentou algumas convulsões esporádicas e não ministramos o remédio...

Na manhã do dia 27 de setembro de 2017 como toda manhã ela estava correndo pelo quintal, farejando, entrando pelo mato, quando deu um pequeno latido fora da minha visão. Apreensivo chamei ela e quando ela apareceu estava tonta, torta, andando cambaleante, perdida, sem rumo...
Fui até ela assustado fiz uma revista procurando uma mordida, uma picada, sangue. Nada.
Fui até o local onde ela estava. Nada, nem um vestígio de alguma coisa que pudesse ter causado aquilo nela.
Ao chama-la ela atendia e andava aos tropeços atrás de mim.
Esperei um pouco e ela parecia estar estável.
Infelizmente eu tinha naquele dia um compromisso inadiável...

Deixei-a no meu quarto sentada e saí. Ao voltar horas depois ela não veio ao nosso encontro na porta como sempre fazia. Isso deu uma mau pressentimento.
Ela estava deitada de lado debaixo da cama, imóvel,  mexia apenas a cabeça e os olhos...não conseguia balançar a cauda.
Foi a cena mais triste para nós, foi um enorme choque não ve-la alegre correndo e saltando.
Aquela foi uma noite muito difícil e seria apenas o começo de dias muito difíceis.

Francisco.


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